Minha homenagem ao Dia internacional da mulher
ASSISTINDO A VIDA
Assistindo a vida eu vi:
Mulheres condenadas por matarem no ventre
Embriões condenados na concepção.
Mulheres lutando para salvarem no tempo
A espécie humana em extinção.
Assisti a prostituição sagrada
De meninas e meninos em troca de pão.
Espoliados e descartados
No submundo da ambição.
Vi mãos calejadas e doentes,
Portas fechadas, corações inclementes.
Corpos tombados, nos campos e cidades,
Crivados de bala e solidão.
Assisti o desequilíbrio ecológico-humano
Estancando lágrimas,
Trincando dentes.
Minando a dor, o desalento e a mágoa
De a tudo assistir:
Sem no entanto fazer nada.
Um dia percebi que o sol brilhava.
A um micro célula de esperança
Agarrei-me.
Do subúrbio da insignificância
Levantei-me.
De mera espectadora me tornei
Jogadora, técnica e juíza
Lutando feroz contra toda incoerência,
Esgotei meus argumentos
Impotente e infeliz.
Dos escombros da vaidade,
Assisti minha própria queda...
Introspectivamente
Para dentro de mim caminhei.
Da solidão e do silêncio
Assisti a vida;
Imparcial e natural:
Metamorfose...
Movimento...
Chegadas e partidas.
Recomeçar e recomeçar
Mistérios...
Mistérios...
E mistérios
Autoria - Cida Araujo – Livro - Mulher o axé do criador –
E mistérios
Autoria - Cida Araujo – Livro - Mulher o axé do criador –
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