quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Salvem as crianças do Brasil








SOU COMO VOCÊ

Sou como você,
Um milagre da natureza.
Seu curso, porém, foi cortado.

Sou um aborto fracassado,
Marca de um pecado;
Um peso a mais.

Meu pai é um sub-empregado;
Meu irmão, subnutrido;
Minha mãe, desiludida.

Aqui estou.
Num reformatório.
Na praça.
Dentro de sua própria casa.

Faça alguma coisa hoje,
Para que amanhã
Você não me decrete a pena de morte.

(Do livro – Paralelos sociais -)

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Olhe para elas por favor!


Da janela
É quase fim de agosto
O ventoassobia, dando seu sinal
No abacateiro uma flor
Primeira vez apareceu.
Do flamboyant caem as folhas
Sua vagens, xique-xique
Já acalentam o filho meu.
Onde estão os meus ipês?
Onde estão minhas buganvílias??
Se enroscando pelo muro
Enfeitando meu quintal.
Minhas árvores, arvorezinhas
Tortas ou certinhas
Esguias, frondosas, desfolhadas, floridas!
Em teu seio trazes vida, sombra, delícias.
Em teu conjunto, inspiração
Para poetas, sonhadores, artistas
Debulharem a emoção!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Tem lugar pra todo mundo











Loucura.

É a melhor definição para a Praça Sete.
Espaço onde todos gritam, todos berram coisas sanas e insanas.
Onde os loucos têm espaço para curtir o direito de ser louco.
Ele prega, ouve quem quer.
Outro blasfema alguém se zanga, mas, e dai?
Todas as vozes, todos os ritmos se misturam:
Sirenes, buzinas, discursos inflamados de políticos.
Num surto contagioso de loucura.
E eis que uma voz surge no meio desse hospício público
Disposta a proclamar versos poéticos!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

homenagem aos pais



PAPAI
Ao meu querido pai Antônio Mário dos santos

Garra, fibra e graça.
Fidelidade foi teu lema
Integridade tua bandeira
Tu foste grande, valoroso e culto.
Orgulho-me de ser tua filha
Por isso sigo a mesma trilha.
Grande sábio, Papai!
Tivestes a ciência do viver!

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Pais e filhos
A todos os pais do mundo


Papai!
Sempre te vi como um super-herói.
Eu era pequeno e frágil.
Um menino e um super-homem!
Teus abraços eram silenciosos.
Nada eu sabia de teus sentimentos.
Íamos ao parque, ao campo de futebol.
Rolávamos no chão como crianças.
E sem explicação desaparecias...
- Onde está papai?
Respostas evasivas:
-Trabalhando, viajando, morando em outro lugar...
Dentro de mim era só saudade!
E cada vez que te via regressar.
Meu coração saltitava de alegria!
Hoje cresci, sou um homem.
Também tenho dificuldade em expressar meus sentimentos.
Coloca tua mão em meus ombros.
Depois de juntos caminharmos
O silêncio ha. de nos revelar o que vai ao coração.
Eu te amo papai! Perdoa-me por não te entender.
Eu te amo meu filho! Perdoa-me se te fiz sofrer.