Eu sorria
E o meu sorriso tinha sabor de lágrima
Sorria porque a muito havia perdido a noção da minha dor
Eu sorria, mas meu sorriso não dizia nada
Perdera a expressão exata do que deveria ser um sorriso
Sorriso amargo!
Sorriso queimado pelo fogo que um dia incendiou a minha alma
Lastrou pelo meu corpo e apagou no desalento
E eu sorria porque o sorriso era só o que me restava
Da dor de não ter amado
Da dor de ter-me resguardado do direito de ser feliz
Diante da tragédia eu ainda sorrio
Porque o sorriso é o reflexo
Da lágrima estancada muito abaixo dos meus olhos
E o meu esforço para poder derramá-la é inútil
Sorrio e não entendes minha ironia
Sorrio e nada sabes do meu sorriso
Porque nada sabes da minha dor
A dor de não ser como um cão, uma árvore, uma estaca
A dor de ser imortal dentro de um corpo mortal
Que morre a cada dia por não ter em mãos um guia...
Por não saber digerir a complexa ditadura da vida
E meu sorriso deixa de ser sorriso e transforma numa torrente de lágrimas
Autora - Cida Araújo (Do livro – No colo de Deus)
Tudo me tiraram Deixando-me nua, refém do deboche da sociedade. Tiraram-me a voz, a liberdade e a identidade. O orgulho de ser, de viver. De avançar com prazer. Deixando-me estagnada, exangue... Tiraram-me as pistas físicas Mas não o universo do mundo que vive em minhas células. Que transitam nas minhas veias E grita em silêncio no interior de mim. Calaram a minha voz. Mas não silenciaram o meu canto. Cida Araújo autora
quarta-feira, 13 de abril de 2011
quarta-feira, 6 de abril de 2011
terça-feira, 5 de abril de 2011
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