segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O povo negro tem sangue, Alma - Raiz - História

Ao som dos tambores eu declamei meu poema preferido:
 A HISTÓRIA QUE O BRASIL NÃO CONTOU
Ofertar a vida! Ofertar a história...
Um jeito negro de celebrar
Momento do ofertório na missa Afro


18 de agosto de 2011 - Igreja Nossa senhora da Pompéia - Celebrando a semana da família
Momento de rara beleza









sexta-feira, 12 de agosto de 2011

JARDIM DA POESIA: Ser pai é dom de Deus

JARDIM DA POESIA: Ser pai é dom de Deus: "Pais e filhos Cristiano e Bernardo Papai Sempre te vi como um super-herói. Eu era pequeno e frágil. Um menino e um super-homem! Teus abraç..."

Ser pai é dom de Deus


Pais e filhos
 Cristiano e Bernardo
Papai
Sempre te vi como um super-herói.
Eu era pequeno e frágil.
Um menino e um super-homem!
Teus abraços eram silenciosos.
Nada eu sabia de teus sentimentos.
Íamos ao parque, ao campo de futebol.
Rolávamos no chão como crianças.
E sem explicação desaparecias...
- Onde está papai?
Respostas evasivas:
-Trabalhando, viajando, morando em outro lugar...
Dentro de mim era só saudade!
E cada vez que te via regressar.
Meu coração saltitava de alegria!
Hoje cresci, sou um homem.
Também tenho dificuldade em expressar meus sentimentos.
Coloca tua mão em meus ombros.
Depois de juntos caminharmos
O silêncio ha de nos revelar o que vai ao coração.
Eu te amo papai! Perdoa-me por não te entender.
Eu te amo meu filho! Perdoa-me se te fiz sofrer.
Autora - Cida Araújo (Do livro - Paralelos sociais)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

POESIA... NECESSÁRIA À MINHA SOBREVIVÊNCIA...

Segundo Aurélio, Poeta é aquele que faz versos. Que tem faculdades poéticas e se dedica à poesia. Aquele que tem imaginação inspirada. Poesia: Arte de escrever em versos. Composição poética pouco extensa. Inspiração: O que desperta o belo. Aquilo que há de elevado ou comovente nas pessoas ou coisas, o encanto, a graça, o atrativo. Que desde a nossa imaginação, nossa vida seja inspirada no belo, no harmonioso, naquilo que há de elevado em tudo que nos rodeia e faz parte de nossa vida, do nosso cotidiano.

domingo, 12 de junho de 2011

Estou enamorada

Pérolas
Cida Araújo

Aquele carretel de linha que os meninos usam para soltar pipas. “Tubão”
Antes de ser desenrolada a linha está limpinha, fechadinha, arrumadinha numa caixa. À medida do desenrolar vai exigindo espaço e ganhando volume. Depois de viajar nas alturas não cabe mais no carretel. Outras arrebentam e se perdem pelo ar. Outras caem junto às pipas despedaçadas, quebradas, destruídas
Outras voam alto, encontram outras arraias, criam laços, vivem emoções...
Não quero mais ficar fechada num carretel, esquecida nas prateleiras da vida.
Seja tu este menino a alforriar minhas emoções.


Ando meio cansada de jogar pérolas aos porcosvou ajuntar todas as minhas pérolasMontar um colar,
E em teu colo depositarVais pensar ser casual e sem intenção meu ritual... Para melhor apreciar a beleza de minha arteCom delicadeza em meu pescoçoA jóia vais colocar. Com tamanha proximidadeNossa face, nossa peleNosso hálito...
Como evitar o toque?
E a chama do desejo a arder dentro de nós
Deixará escapar uma faísca
Relampejando o primeiro beijo!
(Do livro Manacá florido) – http://www.cidaaraujo2007poetisa.blogspot.com/

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sorriso retrato da alma

Eu sorria


E o meu sorriso tinha sabor de lágrima

Sorria porque a muito havia perdido a noção da minha dor

Eu sorria, mas meu sorriso não dizia nada

Perdera a expressão exata do que deveria ser um sorriso

Sorriso amargo!

Sorriso queimado pelo fogo que um dia incendiou a minha alma

Lastrou pelo meu corpo e apagou no desalento

E eu sorria porque o sorriso era só o que me restava

Da dor de não ter amado

Da dor de ter-me resguardado do direito de ser feliz

Diante da tragédia eu ainda sorrio

Porque o sorriso é o reflexo

Da lágrima estancada muito abaixo dos meus olhos

E o meu esforço para poder derramá-la é inútil

Sorrio e não entendes minha ironia

Sorrio e nada sabes do meu sorriso

Porque nada sabes da minha dor

A dor de não ser como um cão, uma árvore, uma estaca

A dor de ser imortal dentro de um corpo mortal

Que morre a cada dia por não ter em mãos um guia...

Por não saber digerir a complexa ditadura da vida

E meu sorriso deixa de ser sorriso e transforma numa torrente de lágrimas



Autora - Cida Araújo (Do livro – No colo de Deus)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Dia internacional da mulher - Homenagem especial

QUEM É ESSA MULHER


É mais uma das muitas mulheres anônimas. Jamais foi vista no estrelato. Não cursou nenhuma universidade. Não recebeu nenhum troféu ou medalha de ouro.

Mas, quem é essa mulher?

Eu posso responder-te com toda categoria. Eu a conheço desde o primeiro momento de minha vida. Ela foi o ninho que me acolheu, protegeu e me deu condições de desenvolver, crescer e ser o que sou.

É filha de Drimundina. Afro descendente das terras de Barão de Cocais. Que deixou como legado a fibra a sabedoria e a resistência para sobreviver a todas as crises e tribulações. Legado que contribuiu de forma definitiva para a construção de sua identidade.

Aos vinte anos casou-se. A partir daí começou a procriação. Durante vinte e cinco anos esteve envolvida com panos, noites mal dormidas e sobressaltos com o cotidiano doméstico.

Dez vezes o seu ventre foi alojamento seguro para a constituição do que somos hoje. Quatro homens de bem e seis mulheres de garra. Uma família que faz a diferença na sociedade.

Durante vinte e cinco anos tornou-se imperceptível. Tudo girava em torno de seu trabalho em prol da família, da educação, alimentação e formação.

Sem fraldas descartáveis, creches, berçários e tantas outras coisas que hoje facilitam a vida de uma mãe.



Quem é essa mulher?



Quando teve espaço ela saiu pra fora de seu lar e deu sua contribuição na sociedade.

Cristã autêntica transmitiu a sua fé com a vida. Como mestra usando a pedagogia adequada, mas principalmente testemunhando com suas atitudes.

Com mais de oitenta anos. Aos poucos sua força física vai definhando. Já não tem tanto vigor na voz. O desgaste proveniente do esforço de sobrevivência atrofia o seu corpo impedindo-a de locomover-se com agilidade. Porém o seu espírito, a sua fé, a sua coragem, o seu desejo de ajudar permanecem inabaláveis. Mesmo sem poder sair de sua casa e andar pelas ruas, de seu canto ela reza, reza e reza. A oração é hoje a sua contribuição para um mundo melhor.



Quem é essa mulher?



Essa mulher é a minha querida mamãe.

Elza Gomes dos Santos.

A quem presto homenagem neste dia internacional da mulher.